Diante da atual crise causada pela COVID-19, mais conhecido como coronavírus, os estudantes das universidades particulares puxaram em todo o país a luta pela redução imediata das mensalidades, levando em consideração que muitos estudantes foram demitidos e os que trabalham tiveram uma redução drástica em seus salários, ficando sem condições de pagar as mensalidades integrais e colocando em risco o sonho de milhares de jovens universitários de se formar no ensino superior.
Mesmo com balanços milionários as universidades alegam a demissão de funcionários, professores, gastos com plataformas digitais para o ensino remoto e se negam a apresentar planilhas de gastos. A verdade é que as reitorias desconsideram os estudantes de baixa renda e ignoram a anormalidade da situação pandêmica atual, além de não considerar as economias em limpeza, funcionários, energia, água, produtos de higiene e peças de reposição.
Outra questão importante nesse momento grave de pandemia é a saúde mental desses jovens. São inúmeros os casos de falta de concentração e sentimento de improdutividade, apesar disso as reitorias seguem com os semestres, mantendo o valor integral das mensalidades e colocando como única alternativa o parcelamento da mensalidade, evidenciando mais uma vez que o lucro está acima de tudo e que nada tem a nos oferecer os tubarões empresariais de ensino que se beneficiam com as dificuldades da nossa juventude para enriquecer seus bolsos.
Sabemos que o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um funil e que boa parte dos estudantes que optaram por universidades privadas são trabalhadores e trabalhadoras que sonham com uma graduação e não tiveram oportunidade de ingressar numa universidade pública. Por isso a atual luta pela redução das mensalidades também é a luta pela permanência desses trabalhadores nas universidades, é uma luta coletiva que precisa ser encabeçada por todos aqueles que defendem que a educação não é mercadoria.
O momento exige solidariedade e nós do Movimento Correnteza estamos atentos às necessidades dos estudantes da rede privada de ensino e continuaremos trabalhando para que essa luta possa ecoar em cada canto do país para que nenhum estudante tranque seu curso e desista de estudar.
Matéria de Taylinne Barrret, Estudante de Jornalismo da UniFg
Fotografia de Sarah Teodósio- PE
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