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O PAPEL DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS NO COMBATE AO COVID-19 E COMO A UFRJ VEM SE DESEMPENHANDO


As universidades públicas têm um papel fundamental na construção democrática da nossa sociedade. Não desempenha somente a função de ensinar à seus alunos matriculados, mas de manter uma boa relação com a população ao seu redor exportando ciência e saúde, além exercer uma permanente troca com a comunidade com seus projetos de extensão.

A chegada da COVID-19 no Brasil colocou em xeque o projeto da direita de sucateamento das universidades e institutos federais que vêm sofrendo com cortes e intervenções em suas reitorias. A decodificação do genoma do novo coronavirus em 48 horas por cientistas universitárias brasileiras abriu os olhos da população de como as universidades são importantes para o nosso país.

Porém, o atual governo insiste em depreciar tais avanços. Edita normas para que as universidades públicas e privadas adotem o modelo de Ensino à Distancia (EaD), faz o maior corte de bolsas de pesquisa da história, segundo a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) com a portaria 34 e, Bolsonaro, insiste em desconsiderar os estudos científicos mundiais alertando que a melhor medida para contenção da propagação do vírus é a de isolamento social e divulga constantemente como medida de proteção um remédio (cloroquina) sem estudos científicos que comprovem sua eficácia e sem alertar para os perigos de efeitos colaterais que podem acarretar, como ataques cardíacos.

Como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem driblando esses ataques e ajudando a população no combate ao COVID-19?

Junto à 65% das universidades federais do Brasil a UFRJ não aderiu ao modelo EaD com a justificativa de que nem todos os alunos e alunas teriam acesso a internet de qualidade e computadores, além de não possuir uma plataforma adequada para isso nem o treinamento de professores que esse tipo de recurso exige. Aderiu assim à quarentena intensiva orientando seus alunos a ficarem em casa e a seu corpo discente e técnico a adotarem o trabalho remoto. A parcela mais carente da universidade que são os terceirizados foram dispensados dos trabalhos não essenciais priorizando os trabalhadores que estão em grupo de risco. Entretanto, mesmo que a UFRJ mantenha o pagamento às mantenedoras de grupos terceirizados algumas empresas estão demitindo e/ou não pagando os serviços. Por isso a Associação de Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ) tem organizado arrecadação de cestas básicas para ajudar esses servidores a ficarem de quarentena e se organizando para a manutenção desses empregos.

O polo principal da UFRJ que fica no campus do Fundão (Cidade Universitária) na Ilha do Governador possui moradores do alojamento universitário (moradia universitária), vila residencial (repúblicas) e um complexo hospitalar que atende grande parte da população, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCCF). Por isso, as pesquisas na área de infectologia, farmacologia e medicina estão a todo vapor, além de iniciativas para manufatura de suplementos hospitalares, não só para o HU, mas para outros centros médicos, além de manutenção da alimentação da população que habita a Cidade Universitária.

Algumas das iniciativas mais importantes são:

A UFRJ criou um hot site para informações confiáveis sobre o novo coronavírus: se informe mais em https://coronavirus.ufrj.br. O site é importante, pois conta com informações do grupo de trabalho de combate à COVID-19 instituído pela UFRJ com um grupo técnico diverso que analisa semanalmente a situação do Rio de Janeiro e a necessidade da quarentena. Enquanto o Governo Federal emana informações confusas, a UFRJ emite pareceres científicos sobre a pandemia.

Para proteger seus profissionais e para que os mesmos nas áreas essenciais continuem trabalhando para o avanço da solução da doença a UFRJ disponibilizou micro-ônibus e vans com destino a cinco unidades do Complexo Hospitalar: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Instituto de Ginecologia (IG), Maternidade-Escola (ME), Instituto de Psiquiatria (Ipub) e Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), para que não haja risco de contaminação em transporte público.

Pesquisadores da Coppe/UFRJ e do Instituto de Biologia estão desenvolvendo um novo teste para detectar anticorpos em pessoas com suspeita de COVID-19 de forma mais simples, rápida e barata. O novo teste se baseia na técnica sorológica e pode ser desenvolvido em massa. Recentemente a UFRJ emitiu um comunicado informando que testará todo o corpo social que apresente sintomas da doença.

Um dos itens mais utilizados durante este período é o álcool 70%, muito indicado pelos especialistas para desinfectar as mãos quando o acesso a água e sabão não é possível. Com a dificuldade de encontrar o produto no mercado, o Grupo de Trabalho (GT) Multidisciplinar para Enfrentamento da COVID-19 criou um subgrupo para gerir a produção desse insumo pela própria Universidade. Os espaços que realizarão a produção terão a capacidade de produzir, por dia, 1.600 litros de álcool 70% e de álcool glicerinado. A UFRJ já doou 160 litros aos moradores da Vila Residencial que recentemente tiveram suas casas inundadas pela alta da maré da Baía de Guanabara, que receberam também borrifadores para higienização das residências.

Outra frente de trabalho é a produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para serem utilizados nos hospitais da Universidade. Os protótipos de protetores faciais foram desenvolvidos por meio de uma parceria entre a Coppe, o Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE) e o Hospital Universitário e já começaram a ser produzidos em impressoras 3D por instituições parceiras, como a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).

Pesquisadores do Programa de Engenharia Biomédica (PEB) da Coppe/UFRJ estão desenvolvendo um protótipo de ventilador pulmonar mecânico para ser reproduzido em massa, de forma simples, rápida e barata, com recursos disponíveis no mercado nacional.

Para agilizar e melhorar a capacidade de operação emergencial das nove unidades de saúde do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criou-se uma campanha de doação. Acesse https://coronavirus.ufrj.br/doe e saiba como.

Não só o corpo institucional da UFRJ está realizando inciativas. O Diretório Central dos Estudantes da UFRJ – DCE Mário Prata - do qual o Movimento Correnteza faz parte e coordena está com algumas iniciativas. Junto à comissão de políticas de estudantis e diante da delicada situação em que nos encontramos devido a Covid-19, a Divisão de Saúde do Estudante (Disae) começou a oferecer dia 02/04/2020 (quinta-feira) atendimentos em grupo para os estudantes da UFRJ. O objetivo desses encontros é possibilitar o acolhimento e o compartilhamento de experiências ao longo da quarentena. As inscrições para o primeiro grupo estão se encerraram dia 01/04/2020 às 10h.

O DCE também organizou duas campanhas de arrecadação:

Uma em decorrência do alagamento da casa dos moradores da Vila Residencial na qual muitos moradores perderam seus eletrodomésticos, eletrônicos, alimentos e livros, e precisam da nossa ajuda! A Prefeitura Universitária está recebendo doações (endereço: Praça Jorge Machado Moreira, n° 100 - Cidade Universitária/ Ilha do Fundão), tendo um carro à disposição para fazer a entrega das doações.

Estamos arrecadando itens que de acordo com moradores da vila, os que mais precisam no momento são: água, álcool, sacos de lixo, máscaras, roupas, livros, cobertores e itens de higiene pessoal.

A segunda intitulada “eles pelo lucro, nós pela vida” visa a distribuição de cestas básicas aos estudantes que estão passando por dificuldades e também atender demandas específicas fundamentais as suas vidas.

As doações financeiras para a compra das cestas devem ser depositadas na conta abaixo:

BANCO DO BRASIL

Victor N. R. Davidovich

CPF: 147.010.637-03

Agência: 258-5

Conta: 31402-1

Para levantarmos a demanda por ajuda e também a disponibilidade de voluntários para toda a logística das distribuições e da campanha, disponibilizaremos um formulário online. https://forms.gle/a53tyQpxAA6BHwdL6

Enfim, são muitas as iniciativas que colocam a UFRJ na linha de frente do combate desse inimigo que assola o Rio de Janeiro e o Brasil e escancarou as desigualdades do nosso país. Fica nítida a importância das universidades, dos pesquisadores (as) e da ciência nesse período e em toda a nossa vida.


Matéria feita por: CAMILA FIGUEIREDO – DIREITO UFRJ – DIRETORA DE COMUNICAÇÃO DCE UFRJ


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