O 60º Congresso da UNE começa marcado pela memória, luta e homenagens à Welfesom, Leandro, Ana Letícia e Sarah Domingues
- Movimento Correnteza

- 17 de jul.
- 2 min de leitura
Resumo do que aconteceu na abertura do Congresso da União Nacional de Estudantes

O 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), iniciado em Goiânia (GO), teve sua abertura marcada por profunda emoção e homenagens. Na madrugada do dia 16 de julho, um grave acidente com o ônibus que transportava a delegação do Movimento Correnteza da Universidade Federal do Pará (UFPA) resultou na morte de três jovens militantes: Welfesom Campos Alves, Leandro Souza Dias e Ana Letícia Araújo Cordeiro.
Antes mesmo da abertura oficial, as delegações do Movimento Correnteza realizaram uma plenária para organizar as atividades do dia e prestar as primeiras homenagens. Foi destacada a trajetória de luta dos três estudantes, que defendiam com firmeza uma universidade pública, gratuita e de qualidade para toda a juventude brasileira.
“Esse congresso tem que ser em honra e memória de cada um desses companheiros que foram ceifados de forma tão brutal”, afirmou Dany Oliveira, coordenadora nacional do Movimento Correnteza e diretora da UNE.
Em virtude da tragédia, a programação do congresso foi reestruturada. O ato político de abertura foi adiado e transformado em um momento coletivo de memória. Durante a homenagem, também foi lembrada a militante Sarah Domingues, dirigente da UJR e ex-diretora da UNE, assassinada em janeiro de 2024 no Rio Grande do Sul enquanto produzia seu Trabalho de Conclusão de Curso nas llhas das Flores - periferia de Porto Alegre.
Marta Domingues, mãe de Sarah, participou da homenagem e fez um emocionante depoimento:
“A Sarah lutava contra as injustiças desse sistema capitalista que roubou a vida dela, como de todos os companheiros.”

A coordenadora nacional do Movimento Correnteza e primeira vice-presidenta da UNE, Thaís Rachel, prestou solidariedade às famílias dos estudantes e reafirmou o compromisso do movimento com a transformação da sociedade. Em sua fala, ela denunciou as causas estruturais da tragédia:
“Isso é consequência direta do nosso país ser construído para que as mercadorias fossem mais importantes que as vidas humanas. É por isso que acidentes como esse, que aconteceu nessa madrugada, seguem acontecendo: são motoristas superexplorados, são estradas mal conservadas.”
Ao final, Thaís chamou os nomes dos três estudantes vítimas do acidente, sendo prontamente acompanhada pelo plenário, que respondeu em uníssono: Welfesom! Ana Letícia! Leandro! Presentes!
E completou:
“Hoje é por Ana, por Welfesom e por Leandro que a gente se compromete em lutar ainda mais para que nenhum de nós vire mártir. Nos comprometemos em manter vivas suas memórias. Não com tristeza, mas com coragem e disposição para libertar nosso povo.”

Thaís propôs que todo o 60º Congresso da UNE seja dedicado à memória dos companheiros, proposta que foi recebida com forte apoio pelos participantes.
Com mais de 10 mil estudantes reunidos em Goiânia, a programação do Congresso será reavaliada diariamente, considerando o impacto do ocorrido. Todas as atividades culturais foram canceladas em respeito ao luto coletivo.

O 60º CONUNE, mesmo atravessado por tamanha dor, se reafirma como espaço de resistência, de homenagem e de reafirmação do compromisso histórico do movimento estudantil de luta pela transformação da sociedade brasileira.
Everaldo Oliveira,
Coordenação Nacional
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