Segundo dia do 60º CONUNE aprofunda análise de conjuntura e celebra presença da delegação do Pará sob os cantos da Cabanagem
- Movimento Correnteza

- 18 de jul.
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Resumo do segundo dia do 60º Congresso da União Nacional de Estudantes.

O segundo dia do 60º Congresso da UNE, realizado nesta quinta-feira (17), em Goiânia (GO), foi marcado por debates decisivos sobre a conjuntura política e a organização da juventude frente ao avanço do fascismo no Brasil e no mundo. As bancadas do Movimento Correnteza de todo o país participaram ativamente das atividades, reafirmando nossas teses em defesa de uma UNE combativa, independente e voltada para a transformação radical da sociedade.
Logo pela manhã, o Movimento Correnteza fez uma plenária de preparação da bancada nacional para o congresso e contou com a presença de Leo Pericles (UP) e Samara Martins (UP) que lamentaram a perda dos camaradas do Pará e reforçaram a necessidade de continuar a luta deles. Foi seguida de Thaís Rachel, candidata da tese Quem Vem com Tudo Não Cansa à presidência da UNE, que saudou toda a delegação e o esforço de toda a militância na consolidação da maior bancada da história do Correnteza. Foi um momento de acolhimento, fortalecimento e de relembrar os objetivos e lutas que devem ser defendidas no congresso.
Logo após, o congresso contou com um ato simbólico que reuniu parte da juventude presente para defender a taxação dos super ricos e mais investimentos na educação. O ato aconteceu no Centro de Eventos e foi limitado a poucas pessoas, o que gerou alguns problemas. No ato, o Presidente da República sancionou a Lei 3.818/24, que destina recursos dos royalties do pré-sal para assistência estudantil. Ainda que representando uma conquista parcial, o Movimento Correnteza alertou que medidas pontuais não são suficientes para resolver os problemas estruturais da universidade pública, marcada pela precarização, cortes e evasão. A juventude precisa lutar pelo fim do pagamento da dívida pública que drena quase metade do orçamento do Brasil para pagar juros e amortizações da dívida à banqueiros e acionistas. A taxação das grandes fortunas é uma ação justa e importante mas acaba sendo uma medida paliativa do governo para tentar aumentar a arrecadação ao invés de acabar com o arcabouço fiscal e a dívida pública. Nesse cabo de guerra da conciliação do orçamento quem sempre sai perdendo são os estudantes!

Durante as oito mesas simultâneas da tarde, o Correnteza se fez presente nas discussões centrais sobre o papel dos estudantes na resistência antifascista e anticapitalista. Na mesa “Defender o Brasil e a democracia: o papel dos estudantes no combate ao avanço da extrema direita”, com a presença do companheiro Leonardo Péricles (UP), reforçou-se a necessidade da organização da juventude em torno de um projeto socialista de poder popular.
“Essa juventude brasileira extremamente inteligente precisa ser convocada a dirigir esse país. O legado de desenvolvimento a favor do nosso povo é possível. O que não é possível é o capitalismo. Não nos esqueçamos que a verdadeira tarefa da esquerda é levantar a bandeira do poder popular e do socialismo nesse país. E nós temos que criar as condições disso. O imperialismo nos coloca em risco de guerra e lembremos como a esquerda, no século XX, venceu o fascismo e o imperialismo: com a gloriosa União Soviética, e os povos mobilizados no mundo inteiro. Nossas ideias nunca foram tão atuais e necessárias para a humanidade. Só se vence efetivamente a guerra e o imperialismo com o socialismo”
Nos debates sobre o genocídio da juventude negra e periférica e sobre a regulação das big techs, camaradas do Correnteza e da UP apontaram que o racismo e a violência do Estado são expressões do mesmo sistema que destrói a educação pública, aprofunda a desigualdade e transforma a juventude em bucha de canhão. Em defesa da vida e da liberdade, o movimento reafirma que não há saída real dentro do capitalismo.
A participação da redação do Jornal A Verdade nas mesas de comunicação popular mostrou a importância de uma imprensa independente e revolucionária na disputa de ideias. O banimento recente da página do jornal no Instagram é parte da ofensiva das plataformas privadas contra qualquer voz que se oponha à ordem estabelecida — reforçando a defesa da liberdade de imprensa e popular e da regulamentação democrática das redes.

No início da noite, centenas de estudantes participaram da Plenária do Socialismo, organizada pela UJR, espaço onde o Correnteza teve papel destacado. Lá, defendemos que a luta estudantil deve estar inserida numa estratégia mais ampla de superação do capitalismo e construção do socialismo no Brasil. Reforçamos que a UNE deve estar a serviço da mobilização da juventude e da classe trabalhadora por um novo projeto de sociedade.
Chegada da bancada do Pará no Conune
Um dos momentos mais emocionantes do dia foi a chegada da bancada do Movimento Correnteza do Pará. Companheiros e companheiras que compartilharam a vida e a luta com Welfesom, Leandro e Ana Letícia — militantes que perderam a vida em um trágico acidente a caminho do Congresso — foram recebidos com abraços, palavras de ordem e cantos que relembraram a Cabanagem e a tradição de resistência do povo paraense. A dor da perda se transformou em combustível para continuar a luta contra o sistema que mata, explora e marginaliza a juventude.

Ao longo do dia, as bancadas do Correnteza estiveram presentes nas vendas do Jornal A Verdade, nas discussões de base, nos espaços de formação e nas articulações da oposição de esquerda na UNE. O segundo dia do Congresso reafirmou o papel da nossa juventude: construir uma UNE combativa, levantar alto a bandeira do socialismo e organizar os estudantes para derrotar o fascismo, o imperialismo e o poder das grandes empresas.

Everaldo Oliveira,
Coordenação Nacional





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